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Ginecologia

Tomar a pílula durante muito tempo não causa dificuldades em engravidar

12 Abr 2022 - 11:05

Ginecologia

Tomar a pílula durante muito tempo não causa dificuldades em engravidar

Os métodos contracetivos existentes no mercado são muitos, mas as dúvidas e os mitos que rodeiam este assunto também. O Viral dedica toda a semana ao tema para saber quais as respostas da ciência às principais questões das mulheres.

Para quem toma um método contracetivo oral diário (normalmente conhecido como pílula), há uma eterna questão: será que se tomar durante muitos anos seguidos, vou ter dificuldade a engravidar? O Viral falou com especialistas para perceber se esta preocupação tem ou não fundamento.

Na verdade, os métodos contracetivos hormonais não prejudicam a fertilidade. Margarida Figueiredo Dias, professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e diretora da Clínica Universitária de Ginecologia, explica ao Viral que “a pílula ou outras formas de contraceção hormonal não causam nenhum tipo de habituação, nem tampouco causam modificações persistentes no corpo e nas hormonas femininas”.

“São formas totalmente reversíveis de contraceção”, sublinha. “Se a mulher parar de tomar a pílula, retirar o implante ou o dispositivo ou suspender o anel vaginal poderá engravidar de imediato como se nunca tivesse feito qualquer tipo de contraceção.”

Uma revisão da literatura científica, publicada em 2011, avança que entre 79% e 96% das mulheres conseguem engravidar no espaço de um ano depois de terminar os contracetivos hormonais orais ou intrauterinos. Para outros métodos contracetivos, as conclusões rondam os mesmos valores.

A toma da pílula “não só não prejudica nem diminui a fertilidade como, em determinadas circunstâncias, a pode preservar e até promover”, acrescenta a especialista em ginecologia e obstetrícia. “Dou um exemplo o exemplo dos quistos dos ovários: ao prevenir a formação de quistos, a contraceção hormonal está a prevenir a eventual hemorragia e rotura dos mesmos, que leva a uma cirurgia de urgência e danifica o ovário.” Nem todas as pílulas protegem os ovários, apenas as combinadas – com estrogénios e progestativo – ou as monofásicas – que em que todos compridos têm a mesma dose.

Margarida Figueiredo Dias afirma ainda que a ideia de fazer um “descanso” na pílula regularmente é uma indicação que “não faz qualquer sentido” e que “só poderá contribuir para a mulher engravidar sem querer durante o dito descanso, o que pode ter um efeito negativo no caso de rejeição da gravidez ou, em algumas situações, a decisão de interrupção da mesma”.

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Teresa Bombas, especialista em ginecologia-obstetrícia da Associação Portuguesa de Contraceção, afirma que “essa informação está completamente ultrapassada”. Diz ao Viral que “todos os métodos de contraceção hormonais que temos no mercado são reversíveis, ou seja, se suspensos a fertilidade é retomada”.

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Vários tipos de métodos contracetivos têm hormonas na sua base: orais, vaginais, transdérmicos, intrauterinos, entre outros. Todos partilham o objetivo principal de evitar a gravidez, mas cada um tem o seu próprio modo de atuação. Para perceber qual o método contracetivo que melhor se adequa a si, deverá procurar aconselhamento junto de um profissional de saúde especializado.

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12 Abr 2022 - 11:05

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